Vermelho.

Era precisamente meia noite. Foi precisamente aí que entrei no quarto e que tu saiste dele. Foi precisamente nesse tempo que me deitei, me cobri, me virei para o lado, avistei os números vermelhos do relógio e reparei que o tempo tinha acabado, ou começado, nas 00:00h. Um passo fora da porta e centenas de lágrimas correram-me o rosto, abafaram-me o corpo. Qualquer coisa me parecia atormentar. Era o vermelho! olhava e os números eram vermelhos: eu só conseguia fazer a maldita ligação ao amor, ao amor, ao amor. Olhava de novo e os números continuavam vermelhos. E as cortinas eram vermelhas, e os corações colados à parede eram vermelhos, e o tapete era vermelho e as almofadas onde as lágrimas morriam eram vermelhas também. E até a luz que se deixava ver pela janela era vermelha... Até que ponto aquele vermelho era de amor? Seja como for, não era o vermelho que me atormentava...