quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

أخي

estar doente é tipo bater com a cabeça. puuum! bater com a cabeça e pensar (...)
não posso, não posso definitivamente deixar escapar quem tanto me quer (quer?) bem. Era absurdo, ou mais que isso, deixar escapar por entre os dedos (que já tão frágeis, solitários e pequenos estão) o sol. 
Tu és o Sol e contigo adorei fazer tudo à chuva. Engraçada esta antonímia. Já engraçado não é o tempo que deixei que se perdesse. Deixei que te perdesses, deixei que me perdesse, deixei que nos perdêssemos, deixei que eles nos perdessem de vista também. Deixei mas só deixo se quiser. E não deixo, ponto.
Se o mais reles assassino consegue uma atenuação da pena sem qualquer razão, porque não hás-de tu/ havemos nós de ter direito a uma "segunda oportunidade"? 
Se contaste o meu segredo, se inventaste uma mentira, se te esqueceste de mim, a verdade é que mais foram as que te lembraste, que me tiraste do meu manicómio interior e me levaste à lucidez das nuvens terrenas, que me sacaste sorrisos espontâneos, palavras tão sinceras que impossíveis de comparar e brincadeiras de criança que se acha crescida e não as quer fazer na rua, porque todos vêm, mas faz, porque são contigo, e para além de ti o que importa(va)? 
Foram tantas mais as vezes em que os nossos olhares se compreenderam, que aquelas em que eles se desviaram. São tantas mais as vezes que me lembro da tua mão a acariciar-me do que aquelas em que me lembro daquelas em que não o fizeste. Não faz sentido e dói, o que piora ainda.
Segundas oportunidades? não é o caso. É uma continuação. É um amor, demasiado grande, como nunca havia construído. 
Ninguém, em dia algum algum, ocupará o teu lugar. 
Tu e mais ninguém, podem ocupar me como tu o fizeste.
A amizade? falem de nós. Se fizeram melhor, sou a primeira a dar-vos os parabéns. Se não fizeram? não sei explicar como o fazer também.
Imitem-nos? não, era limitarem-se, à partida. e se há coisa que nunca tivemos foram limites.
Leiam nos livros? Vejam nos filmes? se assim fosse, não precisavam de nos imitar: seriam "felizes para sempre", à partida. 
à partida, poucos terão a sorte de, entre cerca de sete biliões de pessoas, encontrar a peça do puzzle que falta. pelo menos, em tão poucos anos de vida, como entre nós aconteceu. 
à partida, acontecerá naturalmente. Se não acontecer, joguem-se mundo fora, de mochila às costas, como eu sonho fazer, e procurem, perguntem a todos, perguntem a mais algum, perguntem, gritem, colem cartazes, 尋找我的另一部分, look for my other partпосмотреть на мою другую часть, buscar a mi otra, من جهتي نظر أخرى , ψάξουν για άλλο μέρος μουcercare la mia parte di altri, procurem a vossa outra parte, a que eu encontrei, a meia dúzia de metros de casa. Não foi uma coincidência, elas não existem, não foi o destino, ele não existe, foi o amor: em que acredito indubitavelmente. (O amor, nunca vos disse, mas não acredito nele.)

"- Amo-te.
 - Porquê?"
E porque não?


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